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O Protagonismo de Maria na Igreja

Nas Catacumbas Priscila, local onde se enterravam os cristãos, em Roma, entre os séculos II e IV, temos o registro da primeira imagem da Santa Virgem Maria. Hoje essa ilustração rudimentar feita sob o reboco do local onde se encontra um museu arqueológico, pode ser vista a poucos cliques ou a poucos deslizares de dedos de nosso smartphone.

É bem diferente das imagens atuais que retratam a Virgem em nossos templos e casas. Entretanto, essa antiga arte cristã apresenta o que é central na fé cristã: o mistério da Encarnação do Filho de Deus nascido da Virgem Maria por obra do Espírito Santo.

Maria, que é a figura mais pura da Igreja, assim nos ensina o Catecismo da Igreja Católica (CIC, capítulo 967), amamenta o Menino Deus. À esquerda, o profeta Balaão apontando para a estrela a proclamar que “um astro de Jacó se torna chefe (Nm 24, 17)”.

A Mulher já anunciada no Antigo Testamento é apresentada pelos evangelistas: a Virgem Maria de Nazaré. Ela “que na anunciação do Anjo recebeu o Verbo no coração e no seio e deu ao mundo a Vida, é reconhecida e honrada como verdadeira Mãe de Deus Redentor”. Assim explica o Papa Paulo VI, na Constituição Dogmática Lumen Gentium, que busca trazer-nos compreensão sobre o amor filial a Nossa Mãe através de sua veneração e a importância de imitar suas virtudes. Pois ela é modelo perfeito a ser seguido para a alcançarmos a santificação.

Aquela que traz ao mundo e nos dá um Salvador foi a primeira a dizer “Sim” para Deus. E, resgatando mais dos ensinamentos de Paulo VI, ela fez isto não de forma meramente passiva, mas sim cooperando livremente “pela sua fé e obediência na salvação dos homens”.

Tornou-se Mãe de Jesus Cristo, unindo-se a Ele por um “vínculo estreito e indissolúvel”. E no início da vida pública de Cristo, movida de compaixão, levou-O a dar início a seus milagres nas bodas de Caná. Mas “a função maternal de Maria em relação aos homens de modo algum ofusca ou diminui esta única mediação de Cristo; manifesta, antes, a sua eficácia”.

É a primeira cristã, aquela que além de mostrar o caminho da santidade, acompanha-nos. A advogada, socorro, auxiliadora, medianeira. É venerada pela Igreja com culto especial. E a veneração popular iniciou-se, principalmente, após orientações vindas dos bispos reunidos no Concílio de Éfeso, no ano de 431, recorda Paulo VI, nesse mesmo documento.

Papa Francisco, em sua primeira entrevista como Pontífice, assim a menciona: “(…) se quiser saber quem é, pergunta-se aos teólogos; se se quiser saber como amá-la, é necessário perguntá-lo ao povo… Maria amou Jesus com coração de povo”.

Mas infelizmente tal veneração é, muitas vezes, considerada desmerecedora por parte de nossos irmãos de outras denominações religiosas. Muitos ainda não enxergam o protagonismo da Santa Virgem na história, mesmo após o término de sua vida terrena, ao ser elevada ao céu em corpo e alma.

Em artigo publicado no portal A12.com, o teólogo, mariólogo e membro da Associação da Academia Marial, Alessandro Barbosa, descreve que a fé na presença de Maria “suscita coragem para lutar por dias melhores”. E continua: o protagonismo de Maria na história “é capaz de mobilizar o povo para junto de si e, por conseguinte, para junto de Jesus e Sua justiça”.

Barbosa conclui: “Seu exemplo de discípula fiel permanece de pé junto às cruzes dos que sofrem os assassinatos sociais do nosso tempo e, assim, nos encoraja a também encarar os desafios com a confiança de quem não está só”.

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