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Uma vida dedicada a Deus e à família

Viver o diaconato permanente é uma vocação cheia de desafios, alegrias e descobertas. O professor e pesquisador Luciano Rocha, candidato ao diaconato permanente, que atua em nossa paróquia, nos conta um pouco sobre esse chamado e o trabalho desenvolvido na escola diaconal, que resultou em um livro, produzido pelos alunos de sua turma. Confira abaixo.

Pascom: Qual foi a sua motivação para o diaconato?

Luciano: Quando jovem fiz experiência comunitária junto aos Franciscanos Conventuais. Fiquei cerca de sete anos no convento. Foram anos maravilhosos. Com os frades aprofundei minha vida de oração, adquiri gosto pela atividade missionária, cresceu meu amor pela Liturgia… Mas, no meu íntimo sentia que o Senhor queria outra coisa de mim. Admirava casais atuantes na comunidade paroquial que buscavam, juntos, uma vida santa e que educavam seus filhos na fé. Em meu discernimento vocacional, um ano antes de receber o Diaconato, decidi repensar o chamado de Deus para mim. Voltei para casa. Fui estudar História e conheci minha esposa. Ela também tinha feito experiência na vida franciscana. Nos apaixonamos, casamos e construímos uma família para o Senhor. Mas, aquela semente da vida religiosa ficou, o amor pela liturgia e pela missão permaneceu.

Em outra paróquia que atuava, meu pároco me propôs o diaconato permanente. Na ocasião, não aceitei, mas, fiquei inquietado. Uma chama se acendeu em meu peito. Fui rezando e pedindo discernimento a Deus. Os anos se passaram. Veio a primeira filha, a segunda, a terceira… Deus foi generoso para comigo. Deu-me três filhas lindas. E aquela proposta do diaconato permanente continuava ressoando em meu peito. Com ele poderia viver esses dois amores que o Senhor colocava diante de mim: o da vida familiar e o da vida ministerial. O diácono permanente é chamado, portanto, a vivenciar essa dupla sacramentalidade. Como homem casado e como clérigo deve zelar pelo mover de Deus em sua casa e em sua comunidade de fé.

Mais tarde, já na Paróquia Nossa Senhora de Fátima, R.T.S., conversei com o padre Antonio José sobre a questão do diaconato. Muito solícito, acolheu meu desejo e me apoiou. Continua apoiando-me. Esse caminho tem feito muito bem a mim e minha família. Minha esposa tem se mostrado uma companheira incansável. Seu apoio incondicional tem sido fundamental para meu sim a este chamado que o Senhor nos faz. Hoje, vejo com mais clareza o que Deus sempre quis de mim. Sinto-me realizado como homem casado e como pai. A possibilidade de tornar-me diácono enche meu coração de alegria.

Pascom: Muitas dificuldades nesse tempo de preparação?

Luciano: Dificuldades existem. É preciso doar tempo para os estudos e conciliá-los com o trabalho, com as atividades pastorais e com a vida familiar. Na Escola Diaconal Santo Efrém estudamos todos os sábados, das 7h às 17h. São quatro anos de teologia, mais um ano introdutório, chamado de propedêutico. Os professores são exigentes. Há provas, trabalhos, seminários… Tudo que se espera de uma formação adequada à futuros ministros da Palavra de Deus. Portanto, é preciso dedicar tempo aos estudos. Junte isso com o dever do cuidado familiar, da atenção e da presença constante junto aos filhos e esposa… Os compromissos com o trabalho, com a pastoral… Pois é… Em meio às dificuldades que se apresentam no caminho tenho aprendido a esperar mais em Deus, orar mais e cuidar com carinho de cada coisa. São Padre Pio dizia que “devemos cuidar das coisas como se tudo dependesse de nós e confiar na providência divina como se tudo dependesse de Deus”. É isso…

Pascom: A sua turma elaborou um livro. Como surgiu essa ideia? E por que Padre Pio?

Luciano: As turmas da Escola Diaconal, logo no Propedêutico, são convidadas a escolher um padroeiro. Um irmão e amigo do céu que, com sua vida de santidade, nos inspire e ajude a caminhar. Devido à minha experiência franciscana propus, claro, São Francisco de Assis. Outros santos apareceram: Santa Teresinha, São João Paulo II, Santo Estêvão e, também, Padre Pio. Quem foi o mais votado? São Padre Pio. Confesso que não gostei. Não tinha nenhuma simpatia por ele. Com o passar do tempo vi um filme sobre sua vida, li seus escritos e livros biográficos. Apaixonei-me por aquele servo de Deus. Simples, dedicado e zeloso para com as coisas de Deus. Em muitos aspectos lembrava-se São Francisco de Assis. Era franciscano capuchinho. Seu amor pela Liturgia e pelo Sacramento da Confissão me encantou. Tornou-se, então, para mim e minha família, um amigo do céu muito especial.

Eu e minha turma passamos, entre os estudos de filosofia e teologia, a dedicar mais tempo às orações e a espiritualidade que animou a vida de Padre Pio. No final do de 2015, decidimos fazer um livro para divulgar a vida e as orações que conhecíamos e que animavam nossos corações. Este livro busca, assim, transbordar nossa experiência pessoal e levar até os irmãos um pouco de nossa trajetória de reflexão e oração. Certa vez disse o Papa Bento XVI: “Padre Pio é um daqueles homens extraordinários que Deus envia de vez em quando à terra para converter os homens”. É isso que buscamos com esse livro: uma vida de verdadeira conversão. Que ele seja semente do mover de deus na vida de todos aqueles que alcançar. Este livro se pretende lugar de encontro. É sinal do que Deus tem feito em nós e, certamente, fará com muitos outros irmãos.

Pascom: Quando vai ser sua ordenação?

Luciano: Correndo tudo bem, ou seja, perseverando na caminhada, tendo a aprovação da direção e da coordenação da Escola Diaconal, mais o aceite de Dom Orani e o consentimento da esposa, apenas em 2018. Preciso confessar minha ansiedade. Sou muito apreensivo. Sofro por antecipação. Deus tem me educado neste sentido. Preciso sofrer as demoras do tempo com mansidão. Assim, não estou contando muito o tempo. Um dia de cada vez, um passo depois do outro. Assim se faz o caminho. E quando menos percebermos… pronto. Se o Senhor me considerar digno do ministério diaconal e for útil à Igreja, eis-me aqui. Peço a oração de todos os irmãos por essa intensão.

Pascom: O que você diria às pessoas que possuem a vocação, mas, por não se sentirem aptos, não conseguem dar o primeiro passo?

Luciano: Deus não chama os capacitados. Ele capacita os que chama e escolhe. Não permita que a vontade de Deus se perca em meio a agitação de nossa vida. Reze mais… Arrisque-se… Seja ousado nas coisas de Deus. Coloque-se à disposição. Deus vai dando direção ao longo do caminho. O diaconato é uma vocação muito profética. Seu restabelecimento é um dos belíssimos frutos do Concílio Vaticano II. Esse ministério instituído pelos Apóstolos tem lugar especial na Igreja de hoje. Precisamos de muitas e santas vocações diaconais. Portanto, não perca tempo. Converse com seu pároco, manifeste o desejo de tornar-se diácono e venha para a Escola Diaconal Santo Efrém.

 

 

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