“Irai-vos, e não pequeis; não se ponha o sol sobre a vossa ira.” (Ef 4, 26- 27).
Eis uma chave de leitura
fundamental para aprender a lidar com a raiva dos pequenos: é preciso aprender
a separar o sentimento do comportamento. Ou seja, raiva
e pecado não são a mesma coisa!
A emoção da raiva, assim
como todas as outras emoções, faz parte da vida de toda pessoa humana. Sentir
raiva é saudável e adaptativo, ou seja, útil para a sobrevivência da espécie e
para o desenvolvimento infantil.
Não devemos reprimir ou
proibir a criança de experimentar essa emoção, simplesmente porque isso não
funciona.
A raiva é como o
“xixi”, alguma hora tem que ser colocada para fora. Mas, assim como
ensinamos a criança a fazer xixi no local apropriado e de maneira adequada,
também devemos ensiná-la a expressar a raiva de maneira saudável e construtiva.
E para isso precisamos distinguir a raiva do comportamento que fazemos com a
raiva.
É no comportamento que está o pecado que nos fala São Paulo na carta aos
Efésios. Ao comportamento da criança nos cabe dizer se está certo ou errado, se
é bom ou prejudicial. Mas não devemos julgar a emoção como errada ou ruim, ela
faz parte da gente e nossa tarefa é saber administrá-la bem. A raiva torna-se
um pecado (a ira – pecado capital) apenas quando é consentida pela vontade, ou
seja, quando ficamos ruminando e alimentando livremente aquele sentimento em
nosso coração.
Que caminho seguir,
então? São Paulo nos ensina: “não se ponha o sol sobre a vossa ira.”
(Ef 4, 27).
A raiva saudável não foi
feita para ser estocada dentro da criança (e elas são muito sábias em pôr isso
para fora). Caso contrário, a pessoa vai desenvolvendo uma espécie de, desculpe
a expressão, “prisão de ventre” emocional. E sabemos como isso pode
ser prejudicial para a saúde dos pequenos (e dos grandinhos também). É
importante experimentar e expressar a raiva e mesmo assim não pecar!
O diferencial está em
REDIRECIONAR a raiva, canalizando toda essa energia para comportamentos
saudáveis e construtivos, que faça bem para os outros e para si mesmo.
Esse processo começa quando a gente dá nome para a RAIVA, aceita que ela está
ali (e pode ser nossa amiga) e cria junto com o filho um outro caminho para ela
poder fluir.
Deixo aqui apenas alguns exemplos de como abordar isso numa conversa com a
criança:
▪ Filho, você está sentindo o quê? Será que você está com raiva, é isso? (Pode ser outra emoção e é a criança que vai nos dizer). ▪ Você pode sentir raiva, tudo bem (SENTIMENTO). Eu entendo que você está muito chateado com o que aconteceu. Às vezes eu fico muito zangada também, sei como isso é ruim… ▪ Mas o que você não pode é fazer isso (bater/ xingar/ quebrar objetos etc. – COMPORTAMENTO) ▪ Vamos pensar juntos: que outra coisa a gente pode fazer quando está sentindo a raiva? Você pode dizer para o outro que não gostou do que ele fez? Quer fazer um desenho ou escrever como você está se sentindo? Você pode me dizer o que você queria que acontecesse para você se sentir melhor? Você quer um abraço ou um colo para se acalmar? Será que você consegue contar até dez comigo para mandar a raiva embora e a gente conversar com calma? Você gostaria de uma bola (papel, almofada, massinha etc. ) para poder colocar a raiva para fora?
Mas deixo um alerta:
isso só dá certo se a gente não está também “contaminado” pela raiva
ou outra emoção negativa (vergonha, culpa etc.). Se estamos cheios de raiva,
primeiro cuidamos da NOSSA PRÓPRIA raiva para depois ensinar o filho a cuidar
bem da raiva que mora nele.
A Serva de Deus Marthe Robin nasceu em 13 de março de 1902, na cidade de Châteauneuf-de-Galaure, França. Filha de camponeses, Marthe passará toda a sua vida na casa paterna, em sua pequena aldeia rural. De saúde frágil desde a infância, Marthe nem pôde completar a escola primária. Em 1918 começa a apresentar os sinais da tremenda doença que nunca mais a deixará: encefalite. Seguiram-se muitas tentativas de tratamento médico, mas em vão. Ao mesmo tempo em que a doença avançava, Marthe também progredia na vida espiritual. Em 1925, inspirada pelo exemplo de Santa Teresinha, Marthe oferece-se como Vítima ao Amor Misericordioso.
Em 1928, durante uma missão
pregada em sua paróquia, Marthe compreende claramente que é na doença e através
da doença que ela é chamada a servir a Deus, unindo-se incessantemente ao
mistério da Paixão do Senhor, pela salvação das almas.
Em 1929 Marthe fica tetraplégica e passa a sofrer uma paralisia total das vias
digestivas, de modo a não poder engolir alimento algum. Os movimentos de
deglutição lhe eram simplesmente impossíveis. E assim permanecerá até a sua
morte, em 1981, ou seja, por 52 anos.
Cinquenta e dois anos de martírio, pregada à cama, sofrendo silenciosamente, na
mais inteira resignação à Santíssima Vontade de Deus; cinquenta e dois
anos de Calvário e amor!
Pois foi a essa alma tão simples e humilde que Deus escolheu para elevar a mais
perfeita união à Paixão de Jesus: em 1930, numa sexta-feira, Marthe recebe os
estigmas e cai num estado de morte aparente, revivendo misticamente em seu
próprio corpo e alma todos e cada um dos tormentos padecidos por Jesus da noite
da Quinta-Feira Santa até o momento da morte.
Durante 50 anos Marthe viverá sem comer, sem beber e sem dormir, desconcertando
todos os médicos que a examinaram…
Marthe recebia a Comunhão, seu único alimento, apenas uma vez por semana, em
seu próprio leito de dor.
Comungava sempre ao anoitecer da quarta-feira, podendo os que a acompanhavam
literalmente despedir-se dela antes da Comunhão.
Com efeito, após comungar Marthe caía num êxtase profundo, do qual, nos últimos
anos de sua vida, só despertava na segunda-feira seguinte – ou seja, cerca de 5
dias seguidos em êxtase a cada semana!
Da noite de quinta-feira até a tarde da sexta de cada semana, Marthe revive a Paixão de Jesus, isto é, sente em si mesma tudo o que sofreu Jesus, física e moralmente. Depois das 15 horas da sexta, Marthe caia num estado de morte aparente, não dando praticamente sinal nenhum de vida até o domingo, quando ‘ressuscitava’ junto com Jesus, embora só despertasse totalmente do êxtase na segunda-feira.
Era como se Marthe morresse e ressuscitasse a cada semana. Tanto assim que, quando ela morreu de verdade, várias pessoas duvidaram de que estivesse mesmo morta e temeram sepultá-la viva…
Como dissemos, Marthe, devido à doença, não tinha os movimentos deglutitórios, não sendo capaz de engolir nem o menor alimento. Como comungava então? Maravilha da bondade onipotente de Deus: o sacerdote, qualquer que fosse, apenas precisava aproximar a Santa Hóstia dos lábios de Marthe e… a Hóstia entrava como que por si mesma na boca dela, sem Marthe ter de fazer qualquer movimento. O sacerdote chegava a sentir a Hóstia ‘escapando’ por si mesma de seus dedos, para desaparecer em seguida entre os lábios imóveis da privilegiada criatura que então também desaparecia do comércio dos vivos, abismando-se na mais profunda contemplação por dias inteiros.
Pelo tempo da Segunda Guerra Mundial, sendo urgente uma reparação ainda mais forte, Marthe também ficou cega, e pelo resto da vida…
Jesus disse à Marthe, num de seus êxtases, como ela confiou ao seu diretor espiritual, o Padre Finet, que, depois da Virgem Maria, ninguém jamais participou nem participará tanto de Sua Dolorosa Paixão, quanto ela, Marthe Robin. Misterioso desígnio de Deus, que reservou o sacrifício da maior de todas as Vítimas, depois de Jesus e Maria, precisamente para o nosso século de impiedades jamais vistas…
Compreende-se, pois, a fúria violenta de Satanás contra este vaso de eleição: Marthe era violentamente espancada por uma mão invisível, e isso diante de presentes, ao ponto de o seu diretor, o Padre Finet, convidar padres que não acreditavam no demônio a fazerem uma visita a Marthe ao cair da noite e verem com seus próprios olhos as impressionantes cenas de terror que lá se desenrolavam…
E o mais singular destas violências satânicas padecidas por Marthe foi que Deus permitiu ao demônio ir realmente até o fim em sua crueldade: Marthe Robin morreu assassinada pelo próprio demônio, na tarde de sexta-feira de 6 de fevereiro de 1981…
Antes de entrar neste seu último e definitivo êxtase, Marthe avisou o seu confessor que “desta vez Deus permitirá que o demônio vá até o fim”. Com efeito, ao entardecer da sexta-feira, quando o Padre Finet entrou no quartinho de Marthe, encontrou-a jogada no chão, já sem vida…
(Marthe no dia de sua partida para o Céu)
E como seria possível que esta mulher que não comia nem bebia pudesse perder sangue abundantemente cada vez que os estigmas se renovavam? Como poderia uma criatura humana agüentar décadas sem dormir, sem beber água? Marthe foi examinada por vários médicos e todos confirmaram não haver explicação científica alguma para o que se passava com ela. Detalhe importantíssimo: todo esse oceano de méritos adquiridos por Marthe em sua vida de imolação, foram entregues, por determinação de Deus mesmo, nas mãos da Virgem Maria, segundo o método de São Luis Maria de Montfort. Marthe não conhecia o “Tratado da Verdadeira Devoção à Ssma. Virgem”, nem havia em sua aldeia um exemplar sequer deste. Um belo dia, porém, logo nos primeiros tempos da vida mística de Marthe, seus familiares entraram em seu quarto e viram um livro desconhecido ali, à cabeceira da doente. Era precisamente o Tratado da Verdadeira Devoção. Marthe contou então que Nossa Senhora mesma lhe aparecera com aquele livro nas mãos e o deixara ali, para ela…
Jesus e Maria pediram a Marthe que dissesse ao seu diretor espiritual para dar início a uma obra de casas de retiro de silêncio, que se espalharia pelo mundo, fazendo um imenso bem às almas. Era a obra que viria a chamar-se: “Foyer de Charité” (“Lar de Caridade”).
Já na década de 1930 começavam os Foyers, com toda a aprovação da Igreja. Hoje são mais de 80 Foyers pelo mundo, em mais de 40 países.
Cada Foyer é uma casa de retiros, na verdade uma comunidade dedicada aos retiros: no Foyer vivem permanentemente sacerdotes e leigos, numa vida de oração, trabalho e silêncio (quase monástica de fato), e uma vez por mês, pelo menos, recebem uma turma de retirantes para retiros de silêncio de 5 dias no mínimo.
Logo no começo dos Foyers alguém propôs se os retiros para o público não poderiam ser de dois ou três dias, como em outras obras. Nossa Senhora, porém, mandou dizer, através de Marthe, que cinco dias era o número mínimo marcado por Deus para um retiro no Foyer ter frutos.
E assim se faz: os retirantes costumam chegar no entardecer de uma segunda-feira e ficar até a manhã do próximo domingo. E em silêncio perfeito: não se trocam nem saudações desde o jantar da segunda-feira até o jantar do sábado. Inviolavelmente.
[1] Monja beneditina na Abadia de Santa Walburga, Alemanha; doutora em História da Igreja contemporânea pela Universidade de Navarra, Espanha; professora de História e Doutrina Social da Igreja; autora de ‘Lições de Gustavo Corção’, Quadrante, SP.
Há um episódio, encontrado aqui e ali em fontes muito diversas, que certamente tem um quê de fundo histórico. É uma história por demais realista para ter sido inventada. Em qualquer caso, tendo acontecido ou não, a narração traz em si uma verdade muito profunda que, me parece, merece ser lembrada e repetida.
No
século XV, em plenos tempos da Renascença, moravam em Paris, França, um cardeal
e um judeu. Eles tinha estudado juntos, conheciam-se muito bem e eram excelentes
amigos. Sendo ambos pessoas piedosas e tendo grande confiança um no outro, era
natural que nas suas longas conversas o assunto religioso sempre viesse à tona.
O
judeu procurava convencer o cardeal de que Jesus não podia ser o Messias
esperado. Os cristãos não se parecem nada com o povo santo da nova e gloriosa
Jerusalém, ele argumentava. O cardeal, por sua parte, retorquia ao amigo: ‘Vive
o cristianismo profundamente, descobre a Jesus pessoalmente, e tu verás que Ele
é quem que tu procuras…’ Os dois sorriam, a discussão parava aí e a estima
mútua permanecia inabalada.
Até
um dia em que o judeu anunciou ao amigo, com um sorriso maroto: ‘Negócios
importantes me chamam em Roma por três meses. Parto amanhã. Quem sabe agora não
me converto? Se tu rezares especialmente ao teu Jesus…’
Para
sua surpresa, o cardeal alarmou-se. ‘Roma? Precisas mesmo ir lá? Por que não
resolves teus assuntos por cartas?’
‘Ora,
ora, e eu pensei que a notícia te deixaria exultante! Lá, ao pé do túmulo do
Apóstolo Pedro, não é a oportunidade de ouro que tu esperavas para que o meu
espírito abraçasse a tua fé?’
O
cardeal calou-se e o seu rosto sério mostrava uma grande preocupação. Ele sabia
bem que a Roma da Renascença era o pior exemplo que o seu amigo poderia ter da
religião cristã. Nepotismo, orgulho, avareza, politicagem, luxúria… nada
disso faltava no clero romano, e nem mesmo no palácio pontifício. O bom judeu
era um homem de vida honrada e honesta, sua conversão era agora um caso
perdido. Que ironia… o amigo iria a Roma e ela seria causa do seu afastamento
definitivo da Igreja.
O
bom cardeal suspirou. ‘Que o Deus único e todo-poderoso te guarde, meu velho
companheiro. O único que eu te peço é que perdoes a fraqueza dos cristãos… e
não meças por eles a divindade do Mestre…’
Os
três meses se passaram. O cardeal rezava todos os dias pelo bom judeu mas a
certeza de que este regressaria indignado e definitivamente fechado a qualquer centelha
de fé cristã deixavam-no acabrunhado e triste.
Numa
tarde de inverno, sentindo-se velho e cansado, o bom sacerdote rezava o seu
rosário junto ao fogo já meio apagado da lareira e pedia à Virgem Mãe que
olhasse pela Igreja em tão doloroso estado. Nisso bateram à porta e, antes que ele
pudesse levantar-se, lá entrou o seu velho amigo judeu.
Vinha
bronzeado, sua espessa barba tinha sido aparada, seus olhos brilhavam com
típicas inteligência e bondade. E, no entanto, algo nele parecia novo,
diferente… O cardeal levantou-se e estendeu as mãos. Seu coração se preparara
para escutar as palavras amargas que o outro certamente lhe diria acerca da sua
viagem. Qual não foi a sua imensa surpresa quando o judeu se ajoelhou diante
dele e disse, com voz firme mas comovida:
‘Eu
peço que tu me instruas nas verdades da fé cristã e me batizes. Logo que
possível.’
Seria
uma brincadeira de mau gosto? Não, isso não combinava com o amigo, homem
piedoso e sério… O cardeal perguntou, confuso:
‘O
que houve? O que tu estás dizendo? Ser batizado? Mas então Roma…’
‘Roma
é uma das cidades mais corruptas que eu já visitei. O clero é lastimável e a
política eclesiástica um escândalo. Luxo e miséria convivem lado a lado,
rodeados de intrigas, interesses escusos, e carreirismo. O celibato é
praticamente desconhecido. O orgulho insuportável.”
‘E
no entanto…? Tu pedes ainda o batismo? Não entendo…’
‘Meu
bom amigo, eu tenho uma longa experiência e uma intuição infalível para achar
objetos de valor. Eu posso detectar a autenticidade de uma pedra preciosa mesmo
que ela esteja coberta de lama ou envolta na poeira dos séculos. Em Roma eu vi essa
lama e essa poeira. Mas a pérola estava lá. Em meio à toda aquela corrupção permaneciam
inalteráveis a beleza da liturgia, a força dos sacramentos, a autenticidade da
palavra de Deus. Mesmo o clero, que perde as almas pelo seu mal exemplo, prega ainda
uma verdade que é superior a eles. Se eles seguissem o que eles mesmos dizem,
seriam santos. E da boca do Santo Padre, ainda que não das suas ações, saem
doutrina e moral íntegras. Mais do que tudo, em meio a toda aquela balbúrdia,
eu vi pessoas – sacerdotes, religiosos e leigos – que vivem com sacrifício e
modéstia os mandamentos de Jesus. Gente cheia de caridade, de humildade e de
fé. Eu descobri a pedra preciosa. Uma igreja que, apesar de todo o pecado dos
seus membros, sobrevive mil e quinhentos anos com a sua doutrina perene e é
capaz de suscitar pessoas santas em meio ao lamaçal do mundo, só pode ser
verdadeira. É Deus que está por trás dela. Eu creio agora no Senhor Jesus.’
Nós
vivemos no século XXI. Temos a graça imensa de presenciar uma longa sucessão de
papas santos. Roma não é mais hoje a Roma da Renascença. Os exemplos de vida
sacrificada e dedicada a Deus são também inúmeras na nossa Igreja – quantos
santos modernos canonizados, alguns dos quais nós vimos ainda nosso meio!
E,
no entanto, também nos nossos tempos há a lama e a poeira. O carreirismo
eclesiástico, a falta de firmeza na fé, o mundanismo, o deslumbramento perante
a riqueza e a fama, a falta de fidelidade, a superficialidade e a fraqueza de
caráter, a corrupção ideológica da doutrina e da moral, tudo isso são problemas
que atingem a todos nós, católicos modernos, clérigos, religiosos e leigos. E
quando isso chega a pecados gravíssimos como os abusos sexuais e a blasfêmia com
relação aos sacramentos, a dor de todo o povo de Deus é imensa e as vítimas,
diretas ou indiretas, incontáveis. Deus tenha piedade de nós.
Nada
disso, porém, destrói a pedra preciosa. Ela permanece lá, ainda que coberta de
detritos. E é nela que está posta a nossa fé, não nos detritos. E a ela que nós
devemos amar, não a sujeira que a envolve. Quando nós dizemos no Credo: eu
creio na Santa Igreja Católica, Apostólica, Romana, o que dizemos é que cremos
nesta pedra preciosa, na esposa mística de Cristo, na sociedade daqueles que,
pela sua vida santa, seguem os ensinamentos do Bom Pastor.
Cremos
na palavra de Deus, na reta doutrina, na moral íntegra e pura, na força dos
sacramentos, na comunhão dos santos que fazem parte da Igreja, aqui e no céu.
Cremos que Deus garante a infalibilidade do Santo Padre em questões de fé.
Cremos na união dos bispos com o papa. Cremos no valor da ordenação sacerdotal.
Cremos na autenticidade da vida consagrada a Deus. Cremos na santidade das
famílias. E isso tudo apesar dos defeitos individuais que todos esses membros –
nós entre eles – possam ter.
Por
quê? Em última análise porque cremos em Nosso Senhor Jesus Cristo, fundador e
cabeça da Igreja, e na Sua promessa de que as portas do inferno – por mais que
tentem – não prevalecerão contra ela. Na Igreja há lama e sujeira deixada pelo
pecado, mas só nela descobrimos, por baixo dessa crosta impura, a pedra
preciosa, única e verdadeira. Fora dela pode haver, aparentemente, menos
poeira. Mas não há nada mais do que bijuteria. A pedra preciosa é o Senhor, Ele
mesmo, e as Suas promessas.
Em
tempos de crise, em temos de lamaçal, agarremo-nos com amor à pedra preciosa e
não a percamos de vista: a palavra de Deus, os sacramentos, a vida de
santidade, a fidelidade às nossas promessas, a obediência ao magistério
legítimo da Igreja, o exemplo e a intercessão dos santos, especialmente da
Bem-aventurada Virgem Mãe. Ancorados e seguros, podemos lutar contra as
tempestades sem que elas nos atinjam. Podemos manter a serenidade e a alegria
dos confessores e dos mártires. Podemos saber-nos sempre acompanhados do céu.
Podemos ser firmes na esperança, na fé e na caridade. Podemos seguir adiante, seguros
de que o mundo passará, mas o Cristo permanece o mesmo na Sua Igreja, ontem,
hoje e sempre.
Quer mergulhar mais fundo nas profundezas do Amor de Deus?
Dos dias 11 a 15 de novembro, em nossa Paróquia (Nossa Senhora de Fátima RTS – Méier), será realizada a semana “Como Um Novo Pentecostes”.
Será cinco dias de intensa oração a Deus, que derramará bênçãos através da sua doce presença, capaz de restaurar o nosso coração onde o Espírito Santo nos dará a graça de permanecermos unidos a Ele em todas as circunstâncias e sermos renovados pela sua ação.
A semana “Como Um Novo Pentecostes” terá dois horários para que todos possam participar deste momento de graças. O primeiro das 15h às 17h e o segundo, das 19h30min às 21h30min.
Não perca! Venha participar dessa semana de intensa oração a Deus.