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São Maximiliano Maria Kolbe

Infância e primeiro chamado

Em 7 de janeiro de 1894 nasceu e foi batizado no mesmo dia Rajmund Kolbe, em Zduńska-Wola, na Polônia. Já na época da escola primária, recebeu um convite da Virgem Maria para amar generosamente a Jesus e, desde então, sentiu o chamado para a vida religiosa e sacerdotal. Segundo sua mãe, um episódio marcante mudaria sua vida para sempre: “Ele me contou que teve uma visão da Virgem Maria. Ela segurava duas coroas: uma branca, simbolizando a pureza, e uma vermelha, representando o martírio. Perguntei-lhe qual ele escolheria, e ele respondeu: ‘As duas.’”

Vocação e formação

Foi acolhido no Seminário dos Frades Menores Conventuais de São Leopoldo, em 1907. Em 4 de setembro de 1910, iniciou o noviciado, passando a ser chamado de Frei Maximiliano. No ano seguinte, em 5 de setembro de 1911, fez a profissão simples.

De 1913 a 1919, viveu em Roma, onde estudou filosofia na Pontifícia Universidade Gregoriana e teologia no Colégio Seráfico. Fez sua profissão solene em 1º de novembro de 1914 e foi ordenado sacerdote em 28 de abril de 1918.

Seu lema – “Renovar tudo em Cristo pela Imaculada Conceição” – está na base da instituição da Milícia de Maria Imaculada (MI).

Milícia da Imaculada

Voltou para a Polônia em 1919. Mesmo com uma doença grave que o fizera passar um longo período no sanatório Zakopane, padre Maximiliano esmerou-se com dedicação ardorosa no ministério sacerdotal e na formação da MI. Nesse mesmo ano, na Cracóvia, recebeu a autorização do arcebispo para imprimir o Relatório de Registro da MI e pôde arregimentar os primeiros soldados da Imaculada Conceição.

Em 1922, iniciou a revista oficial da MI: Rycerz Niepokalanej (O cavaleiro da Imaculada Conceição). A MI era aprovada canonicamente como uma “Pia União” em Roma, pelo cardeal vigário, e crescia com a adesão de muitos fiéis, religiosos e sacerdotes de vários países.

Ainda em 1922, instalou na Polônia um núcleo editorial independente no Convento de Grodno, onde publicou Il Cavaliere com edição e divulgação mais eficazes para “trazer a Imaculada Conceição aos lares, para que as almas, aproximando-se de Maria, recebam a graça da conversão e da santidade”.

Construção da Cidade da Imaculada Conceição

Em 1927, próximo à Varsóvia, iniciou a construção de uma cidade-convento, Niepokalanów (Cidade da Imaculada Conceição), uma verdadeira “fraternidade franciscana”, voltada para oração, trabalho apostólico e testemunho no seguimento do Evangelho. Com formação e orientação do padre Kolbe, os frades passaram a viver conforme a Regra de São Francisco, no espírito de consagração à Imaculada Conceição, e com a colaboração de todos no trabalho editorial, lançando mão de outros meios de comunicação para o aumento do Reino de Cristo e a divulgação da devoção à Santíssima Virgem.

Em 1930 foi para Nagasaki, no Japão, e fundou a Cidade de Maria, pois tinha o desejo ardente de levar a Milícia da Imaculada para além das fronteiras da Polônia. Depois da explosão da primeira bomba atômica, os órfãos de Nagasaki encontraram abrigo na Cidade de Maria. Conseguiu ainda abrir uma Casa em Ernakulam, no litoral oeste da Índia, mas teve que voltar para Niepokalanów, na Polônia, para se tratar da tuberculose.

Guerra e campo de concentraçao

Com a invasão da Polônia em 1° de setembro de 1939, os nazistas ordenaram a destruição de Niepokalanów. Os frades foram obrigados a deixar o centro, e padre Kolbe deu uma simples recomendação: “Não se esqueçam do amor!” Ficaram cerca de 40 frades em Niepokalanów. Ali recebiam os doentes, fracos, feridos e refugiados, inclusive judeus; a todos ofereciam conforto material e espiritual.

Em 19 de setembro de 1939, os alemães prenderam o padre Maximiliano Kolbe e os outros frades e os levaram para o campo de extermínio, de onde foram, inesperadamente, libertados no dia 8 de dezembro. Assim, retornaram para Niepokalanów e retomaram sua atividade de assistência a cerca de 3.500 refugiados, dos quais 1.500 judeus.

Padre Kolbe se recusou a assinar uma declaração de lealdade à Alemanha nazista e a se naturalizar alemão para se salvar, por isso foi preso em 17 de fevereiro de 1941 com outros quatro frades. Passou todo tipo de maus tratos e foi obrigado a retirar o hábito franciscano, que “perturbava” os nazistas. Foi deportado para o campo de extermínio de Auschwitz em 28 de maio de 1941.

Como forma de acabar com a dignidade humana, o primeiro ato dos nazistas era tirar o nome e dar um número para cada prisioneiro. Padre Kolbe recebeu o número 16670 e foi colocado com os judeus por ser sacerdote, sendo submetido a espancamentos, fome, tortura e a trabalhos forçados, como o transporte dos mortos para os fornos crematórios.

Martírio e testemunho do Evangelho

Padre Kolbe foi transferido no final de julho para o bloco 14, lugar em que os prisioneiros trabalhavam na lavoura, porém, um deles conseguiu fugir. Em represália ao ocorrido, os nazistas pegaram dez prisioneiros para morrer de fome. Movido pelo extremo amor de Jesus, padre Kolbe ofereceu-se para morrer no lugar de um dos sentenciados à morte, um pai de família e companheiro de prisão. O desespero dos condenados transformou-se em oração comum, guiada pelo cavaleiro de Maria Imaculada, que entrega todos à Mãe Santíssima.

Seu testemunho de fé, coragem e caridade acendia nos outros prisioneiros a chama da esperança. O sacerdote, pronto para dar a vida pelos outros, expressava literalmente o Evangelho: “Ninguém tem maior amor do que aquele que dá a sua vida por seus amigos.” (Jo 15,13)

Passados 14 dias em regime de fome, apenas quatro ainda resistiram; um deles era o padre Maximiliano. Em 14 de agosto de 1941, véspera da Assunção de Nossa Senhora, os soldados decidiram pôr fim à sua vida com uma injeção letal de ácido. Ele estendeu seu braço recitando a Ave-Maria, e essas foram suas últimas palavras.

“Maximiliano Kolbe não morreu simplesmente como vítima de um sistema totalitário. Ele deu a própria vida por amor, tornando-se um sinal de esperança e um testemunho inquebrantável da dignidade humana.” (Papa São João Paulo II)

No dia da canonização de São Maximiliano Maria Kolbe, Franciszek Gajowniczek, o homem que foi salvo por ele, disse: “Durante 53 anos, senti o peso desta dívida. Maximiliano Kolbe não me deu apenas a vida, mas também me ensinou como vivê-la.”

“Quando se fala em Maximiliano Kolbe, desperta em nós uma visão diferente do mundo. Até a nossa fé se acende com uma luz diferente. Ele teve, pelo Espírito Santo, uma iluminação extraordinária ao ponto de desafiar qualquer lógica humana dizendo: “eu quero conquistar o mundo inteiro a Cristo, com a proteção e mediação da Virgem Imaculada.” (Frei Sebastião Benito Quaglio OFM Conv., guardião internacional do carisma da Milícia da Imaculada)

Redação: Elaine Ferraro

Revisão textual: Rochelle Lassarot

Referências:

https://www.vaticannews.va/pt/santo-do-dia/08/14/s–maximiliano-m–kolbe–presbitero-da-ordem-dos-frades-menores-.html

http://formacao.cancaonova.com/igreja/santos/sao-maximiliano-kolbe-martir-da-caridade/

https://youtu.be/S0Q_lShGS1U?si=pGbU2asiqwb2R7ps

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