“Honra ao Senhor com os teus bens e com a primeira parte de todos os teus ganhos; e se encherão os teus celeiros, e transbordarão de vinho os teus lagares.” (Provérbios 3; 9,10)
A prática do dízimo não é um ato que se faça sem que o coração esteja envolvido. Tudo o que temos vem de Deus, justo será que lhe entreguemos parte dos bens com que Ele próprio nos cumula.
Já no Antigo Testamento observamos o patriarca Abraão, que oferece o dízimo: “Considerai, pois, quão grande é aquele a quem até o patriarca Abraão deu o dízimo dos seus mais ricos espólios. 5Os filhos de Levi, revestidos do sacerdócio, na qualidade de filhos de Abraão, têm por missão receber o dízimo legal do povo, isto é, de seus irmãos”. (Hb 7,4-5)
O dízimo não é uma obrigação, é um gesto despretensioso de agradecer pela generosidade de Deus. Esse preceito bíblico surgiu voluntariamente como um sinal de amor do homem em resposta à benevolência divina. A aceitação do dízimo é como uma permissão para que Deus trabalhe o seu coração, tornando-o aberto à bondade, à generosidade.
“Todos os fiéis viviam unidos e tinham tudo em comum. Vendiam as suas propriedades e os seus bens e dividiam-nos por todos, segundo a necessidade de cada um. Unidos de coração, frequentavam todos os dias o templo. Partiam o pão nas casas e tomavam a comida com alegria e singeleza de coração, louvando a Deus e cativando a simpatia de todo o povo. E o Senhor cada dia lhes ajuntava outros que estavam a caminho da salvação.” (At 2, 44-47). Esse ensinamento da Bíblia nos mostra corações generosos, em que a consciência da partilha dos bens era uma prática entre os cristãos, que se sentiam responsáveis uns pelos outros. Da mesma forma, o “sim” ao dízimo é também um “sim” à responsabilidade a que somos chamados. Não devemos compreender o dízimo só como uma questão financeira, mas também como uma questão de evangelização, de fé em Deus e amor ao próximo.
Em suas cartas, Paulo aconselha a realização de coletas em que cada um dê de acordo com a sua prosperidade. Não se predetermina nenhum valor ou porcentagem; cada um dê segundo sua disponibilidade financeira. E é assim que acontece até hoje.
Todo aquele que coloca tudo o que tem nas mãos de Deus deve ter o propósito de retribuir as bênçãos e graças abundantes que são derramadas sobre sua vida. O agradecimento vem através desse gesto concreto que é a oferta do dízimo.
Ser dizimista é uma demonstração de fé, de comunhão e de confiança em Deus.