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Santo Inácio de Loyola: De um cavaleiro derrotado para líder de batalhas espirituais

Por Nuno Melo

No dia 31 de julho, a Igreja celebra a peregrinação de Santo Inácio de Loyola, fundador da Companhia de Jesus e Patrono dos Exercícios Espirituais. Sua trajetória, calcada na incessante busca de nosso interior, trouxe revelações que, nos dias de hoje, mostram-se cada vez mais necessárias. 

De origem nobre e culta, Iñigo Lopez de Loyola – assim batizado –  era entusiasta de livros de cavalaria e sempre manifestara interesse pela vida militar. E assim o fez, quando se tornou cavaleiro real em defesa da coroa espanhola. Por dentre inúmeras batalhas, tanto militares quanto diplomáticas, Iñigo se mostrava imponente e corajoso, ganhando prestígio com sua espada “invencível”. Aconteceu, porém, de ser atingido por uma bala de canhão e, com graves ferimentos na perna esquerda, o cavaleiro, antes insuperável, teria de ficar um longo período em recuperação – um momento que mudaria por completo sua história. 

Estando recluso por tanto tempo, já não tinha mais romances de seu gosto para ler, o que o incomodava imensamente. Até que Loyola se depara com livros religiosos que lhe eram dados. As narrativas tratavam da vida de santos que deram tudo de si pela causa que que acreditavam e professavam: o Reino dos Céus. Inspirado pela Graça Divina, o combatente se identifica com suas novas leituras, e passa a explorar um lado que nunca havia tocado em sua vida. Uma vez curado, Iñigo surpreende ao trocar a tradicional carreira militar pela dedicação a Deus: pendurando sua espada no altar e iniciando uma vida reclusa de penitência e devoção.

Nesse momento, empenhou-se nos estudos da Fé. Dos campos de batalha armada, Iñigo assumiu as grandes batalhas espirituais, aquelas que, em nosso cotidiano, perturbam nosso coração e contestam nossa espiritualidade. É com essa base que ele escreve a obra “Exercícios Espirituais” (1548), iniciando sua peregrinação missionária que, tempos depois, junto com seu amigo São Francisco Xavier, inspiraria a fundação jesuítica da Companhia de Jesus. Já sob o nome de Inácio, o superior-geral da ordem religiosa é ordenado, e continua sua missão na Terra de levar o Evangelho a um maior número de pessoas.

Já muito debilitado, Santo Inácio de Loyola veio a falecer aos 65 anos no próprio dia 31, em Roma. Canonizado posteriormente e declarado, enfim, Padroeiro dos Retiros Espirituais, Loyola deixou um legado enorme para os cristãos ao evidenciar a importância da Cruz em momentos de penitência.

“Pois não é saber muito, mas perceber e saborear as coisas interiormente, que contenta e satisfaz a alma”. 

– Santo Inácio de Loyola

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