Conflitos com filhos adolescentes?? Quem aí se identifica?
As Sagradas Escrituras
relatam poucas frases vindas da boca de Nossa Senhora, mas cada uma das
palavras dela é fonte inesgotável de sabedoria! É um caminho seguro para
aprendermos a exercer a maternidade segundo a vontade de Deus.
Na passagem do Evangelho que relata a perda de Jesus em Jerusalém e o
reencontro entre o Senhor e seus pais no Templo (Lc 2, 41-52), aprendemos uma
grande lição. Das palavras e da postura de Maria tiramos o modelo do que falar
e como reagir quando estamos tomados pela preocupação, pela angústia e pelo
sofrimento com relação aos nossos filhos. Imagine-se no lugar de Maria: há três
dias procurando numa grande cidade, lotada de peregrinos, pelo seu filho
adolescente. Impossível mensurar o tamanho da dor no coração de uma mãe que
vive esse drama! E quando ela finalmente O encontra, o que ela diz? O que você
diria para o seu filho nessa situação??…
“Meu filho, por que agiste assim conosco? Olha que teu pai e eu estávamos,
angustiados, à tua procura”. (Lc 2, 48).
Cheia do Espírito Santo, ela não aponta o dedo para o filho, não pretende ressaltar os supostos “erros” que Ele tinha cometido. Sabiamente, ela faz uma PERGUNTA a Ele e aponta o dedo para si mesma, revela ao seu filho aquilo que estava em seu coração. Fala de como ela estava se sentindo e o que ela estava passando. Maria se mostra transparente e expressa honestamente a sua dor. Mas não julga, não reclama, não xinga, não condena. Não ignora, não faz de conta que nada aconteceu, não coloca um sorriso falso nos lábios, não finge que estava bem.
Maria, diante de um conflito na relação pais e filhos:
1. Pergunta;
2. Fala do seu sentimento; e
3. Para para ouvir a resposta; abre-se para a escuta e o acolhimento.
Mesmo em meio à dor, ela ainda está aberta à escuta e ao diálogo, deseja entender o ponto de vista do filho.
Em
resposta, porém, ela não escuta um pedido de desculpas, nem nada do que humanamente
uma mãe poderia esperar. Ouve uma resposta difícil de se compreender!
Poderíamos supor que, aparentemente, até um tanto “rebelde”.
“Jesus respondeu: “Por que me procuráveis? Não sabeis que devo estar na
casa de meu Pai?” Eles, porém, não compreenderam as palavras que lhes
dissera.” (Lc 2, 49- 50).
Desculpe a franqueza, mas creio que, se Jesus fosse filho de outras mulheres, teria rapidamente levado um grande sermão ou mesmo um tapa na boca… Mas o que faz Maria diante desse novo desencontro? Ela guarda e medita sobre tudo aquilo em seu coração, ela se coloca em oração e vai ouvir do próprio Deus a interpretação daquilo que ela tinha vivenciado.
Maria teve a difícil missão de ter na mesma pessoa um filho para educar e um
Deus para obedecer. Uma equação complicada demais para resolver… Só mesmo
ela, cheia de graça e do Espírito Santo, para dar esse show de humildade!
E qual o fruto que ela colheu
com sua postura? A obediência e a submissão de seu filho!
“Jesus desceu então com seus pais para Nazaré, e era-lhes obediente. Sua
mãe, porém, conservava no coração todas estas coisas.” (Lc 2, 51).
Aprendamos com Nossa Senhora a graça da maternidade humilde, a virtude de olhar para nossos filhos e ver Jesus crucificado e necessitado de tantas coisas.
Yolanda Abreu
Psicóloga clínica e educacional