Por Nuno Melo
“A vida e a missão de Padre Pio são um testemunho das dificuldades e dores que, se aceitos por amor, se transformam em um caminho privilegiado de santidade, que se abre ainda mais rumo a perspectivas de um bem muito maior , aceitável somente ao Senhor”. Foi dessa forma que São João Paulo II, em 2002, conduziu a homilia na ocasião de canonização do “padre que reza”. No próximo dia 23, a Igreja celebra São Padre Pio de Pietrelcina e seu testemunho concreto e recente de como se pode viver uma doação ao Senhor através do caminho da oração, caridade e misericórdia.
Francisco Forgione – como fora batizado – nasceu em 25 de maio de 1887, em Pietrelcina, província de Benevento, Itália. De família camponesa, o filho de Grazio Forgione e Maria Giuseppa de Nunzio, desde cedo, passava por experiências de êxtases profundos e era visitado por aparições de anjos e da Virgem Maria; ao 16 anos, entrou no noviciado da Ordem dos Frades Menores Capuchinhos, logo após receber o sacramento da Primeira Comunhão e Confirmação. Frei Pio, então, ordena-se padre aos 23, e inicia seu sacerdócio em meio às tensões da Primeira Guerra Mundial (1914-1918), período em que intensificou sua missão espiritual de servir em plenitude para contribuir na redenção do homem por meio da Eucaristia e da confissão com extraordinária devoção.
Para Padre Pio, a fé era a vida: ele queria tudo e fazia tudo à luz da fé. Dedicava todo o seu tempo a Deus, orando e aceitando Sua misteriosa vontade. Em 1918, após a celebração da Santa Missa, relatara uma visão mística de compaixão pelas dores do Senhor que, com sua intervenção, estigmatizou o padre confiando-lhe a missão de associar as almas à sua Paixão. Os sinais da crucificação apareceram no sacerdote: as feridas abertas e vivas sangravam e ofereciam milagres de cura. Com suas luvas, Padre Pio logo compreendeu que seu caminho seria o da Cruz, e o aceitou com coragem e amor; durante anos, ele suportou as dores das chagas com admirável serenidade.
A virtude da caridade o completava. Com ajuda do povo, São Padre Pio construiu um grande hospital, Hospital Casa Alívio do Sofrimento, que tornou-se referência e até hoje salva muita gente. Era um frade do povo: suas obras tomaram fama e todos iam para Pietrelcina para vê-lo. Apaixonado por Cristo ressuscitado, dispunha-se por muitas horas em serviço de confissão, chegando a confessar por até 14 horas seguidas. Mesmo perseguido e alvo de calúnias por céticos, sempre manteve-se calado ao confiar na justiça divina. Foi fiel e obediente até sua morte, em 23 de setembro de 1968.
“O meu passado, Senhor, à tua misericórdia. O meu presente, Senhor, ao teu amor.
O meu futuro, a tua providência.”
São Padre Pio