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São Pio X

Catecismo, reforma e preocupação pastoral: eis os pilares do pontificado de São Pio X, cuja peregrinação comemoramos no próximo dia 21. A trajetória santa do “Papa do Santíssimo Sacramento” caracterizou-se pela missão de proclamar a realeza de Cristo a todos os ambientes em que se desenvolvem as tarefas humanas, colocando o Cordeiro na entranha de todas as coisas por meio da Eucaristia. Restaurar tudo em Cristo (Instaurare Omnia Christo) fora seu lema.

Nascido nos campos de Riese, na pequena província italiana de Treviso, Giuseppe Melchiorre Sarto dividia sua bucólica vida junto com seus 9 irmãos, em uma família católica aplicada e extremamente pobre. Apesar da escassez de recursos e acessos, seus pais sempre valorizaram a educação dos filhos, fato que motivou o pequeno Giuseppe a se debruçar nos livros de latim e ganhar uma bolsa de estudos no seminário de Treviso. A partir de então, tornou-se capelão, pároco, diretor espiritual, bispo de Mântua, patriarca de Veneza até chegar ao papado em 1903.

O pontificado de Pio X – nome papal assumido por respeito a seus recentes antecessores – fora marcado por uma teologia conservadora que promoveu reformas na liturgia da Igreja. Dentre elas, a ênfase litúrgica renovada na Eucaristia e a difusão do catecismo destacam-se. A primeira ação refere-se a concepção papal de que “a sagrada comunhão é o caminho mais curto e seguro para o céu” e, sendo assim, a recepção da Comunhão deveria se estender a todos, até mesmo as crianças que, até então, estavam fora da “idade da discrição”. Para isso, São Pio também estimulou o sacramento da penitência e, com a finalidade de impressionar o evento eucarístico nas mentes das crianças, reduziu o período de “discrição” (agora, crianças de 7 anos poderiam realizar o sacramento). Em adição a tal postura, o papa, que tinha uma reputação bastante amigável com as crianças, estabeleceu a existência da “Confraria da Doutrina Cristã” em todas as paróquias do mundo: a nova modalidade de catecismo proposta, de caráter simples, direto e popular, contribuiu para difundir a Santa Fé pelo globo e é até hoje conhecida como Catecismo de São Pio X.

A marcante peregrinação de São Pio X ganha contornos ainda mais representativos quando se sublinha os testemunhos de milagres realizados durante sua vida e após sua morte. Em uma ocasião, durante uma audiência papal, Pio X estava segurando uma criança paralisada que, repentinamente, soltou-se de seus braços e correu pela sala. Ainda, em outra oportunidade, um cardeal visitou o papa depois de ter sido diagnosticado com tuberculose: na conversa que tiveram, o pontífice lhe sugeriu que voltasse ao seminário e que assim ele ficaria bem; tempos depois, muito por causa da intercessão papal, o cardeal curou-se. Estes e outros testemunhos serviram de base para a Santa Sé deflagrar sua canonização em 1954, 40 anos após sua morte.

O primeiro papa da história contemporânea a vir da classe camponesa, e de formação completamente pastoral, conclui sua vida terrena da maneira como Jesus havia confiado. Em seu testamento, definiu que “nasceu pobre, viveu pobre e certo de morrer muito pobre”. Um pastor corajoso, amigável e bondoso, cuja preocupação eclesiástica estava em expandir o acesso à Palavra em uma sociedade onde a crise da Fé se fazia sentir cada vez mais.

“Se os Anjos pudessem invejar, eles nos invejaram pela Sagrada Comunhão”.

– São Pio X

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